Paul Pogba: "Entrei em depressão e nem percebi"

"Escondi tudo sobre essa extorsão. Minha esposa não sabia, nem meus filhos. Quando voltei do treino, tive de desempenhar meu papel de pai e marido. Guardei tudo para mim. No fim, isso estava me consumindo", disse o meio-campista francês em entrevista à revista GQ, publicada na terça, dia 8 de abril.

Foto: Maxppp

Em março de 2022, Paul Pogba foi emboscado em um apartamento onde dois homens encapuzados o assaltaram sob a mira de uma arma para extorquir € 13 milhões. O irmão do campeão da Copa de 2018, Mathias Pogba, e cinco amigos de infância foram condenados por este crime no final de 2024; as penas de prisão são de até oito anos.

Durante esse período, o jogador de 32 anos se lesionou com frequência enquanto jogava pela Juventus. "Fiz tudo o que pude para manter o foco no futebol, mas ficou muito difícil", disse Pogba. “Fiquei tão preocupado que parei de jogar. Afetou meu corpo. É por isso que não pude voltar”, completou.

Ele também relembrou os anos complicados no Manchester United, onde entrou em conflito com o técnico José Mourinho (2016-2018). “Eu não entendia. Eu era um jogador com um papel importante na equipe e, de repente, me vi no banco”, lembra o francês. “Entrei em depressão sem nem perceber. Até que comecei a ter buracos no couro cabeludo. Disseram-me que era stress”, acrescentou.

Embora esteja livre para jogar novamente desde 11 de março, pois a suspensão por doping foi reduzida de quatro anos para 18 meses após apelação pelo Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), Pogba admite que “se realmente [tivesse] pego quatro anos, [teria] parado de jogar futebol”.

“Esses testes me deram determinação extra. Sinto-me como um jovem que sonha ser profissional. Voltei a ser o Paul Pogba de Roissy-en-Brie”, garantiu o ex-jogador da Juventus, que ainda não encontrou um clube para jogar futebol.