França homenageia Senna
- ogalofrances
- 20 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de out. de 2024
Por Marcio Arruda Um fim de semana diferente para os fãs da Fórmula 1. Dias de muita emoção no circuito Paul Ricard, em Le Castellet, no Sul da França. É que terminou neste domingo (21/4) o Grand Prix de France Historique. Os três dias seguidos do evento reuniu carros emblemáticos da história da Fórmula 1, além carros de endurance, F2, F3 e de protótipos.

Fotos: M.Garcia
Esta foi a sexta edição do GP de France Historique, a quarta seguida que é organizada em Paul Ricard – as duas primeiras edições do evento foram em 2017 e 2019, em Magny-Cours.
Neste ano, o GP de France Historique prestou uma homenagem a Ayrton Senna, que morreu depois de sofrer um acidente durante o Grande Prêmio de San Marino de 1994. Para lembrar à memória do tricampeão, o ex-piloto de Fórmula 1 Gerhard Berger acelerou o McLaren MP4/6, modelo que disputou a temporada de 1991. O carro do tricampeonato de Ayrton Senna hoje pertence a um empresário que mora na Suíça, que também é dono de uma Ferrari 641, que foi guiada por Alain Prost.

Depois de guiar por poucas voltas em Paul Ricard, o austríaco ex-companheiro de McLaren e amigo de Senna falou da relação que tinha com o brasileiro. “Tínhamos praticamente a mesma idade. Gostávamos das mesmas coisas. Desde o primeiro momento que cheguei na McLaren, tivemos uma ótima amizade. Isso é o lado bom. Pelo lado ruim, vendo pela minha ótica, o Ayrton era extremamente mais rápido do que eu”, contou Berger.
Ex-companheiro de Berger na Ferrari e também na Benetton, Jean Alesi lembrou o duelo com Senna no GP dos Estados Unidos de 1990. “Mesmo tendo passado cinco anos na Ferrari, os fãs e a imprensa especializada sempre falam da disputa em Phoenix. Para mim, que estava começando minha carreira na Fórmula 1, foi incrível poder duelar com o maior piloto da época”, afirmou Alesi, que é presidente do Circuito Paul Ricard.
Tendo disputado cinco temporadas junto com Ayrton Senna, René Arnoux foi outro francês que guarda boas memórias do brasileiro. “Era incrível como ele, em algumas situações, não tinha um carro rápido e mesmo assim conseguia fazer a pole-position. Ayrton foi um grande campeão”, disse o ex-piloto da Ligier, Ferrari e Renault.
O fim de semana também teve mais emoção. Único francês que alcançou o título mundial de Fórmula 1, Alain Prost também foi para a pista. Aos 69 anos, o tetracampeão acelerou a McLaren M29, carro que ele estreou na categoria em 1980.

Resgatando a memória de um dos maiores duelos de um GP já vistos na história, a Renault e a Ferrari reviveram o GP da França de 1979, que foi disputado em Dijon-Prenois. René Arnoux, aos 75 anos, voltou a acelerar em Paul Ricard o modelo RE20 da Renault na pista que ele conquistou a vitória de 1982. Arnoux completou quatro voltas na pista ao lado da Ferrari 312T5, que em 1980 foi pilotada pelo saudoso Gilles Villeneuve.
“Gilles era um grande amigo. Aquela disputa foi muito respeitosa. E só conseguimos fazer tudo aquilo porque nós dois nos respeitávamos muito. Não fosse isso, teria sido perigoso para nós dois”, lembrou Arnoux.

O público nas arquibancadas ficou emocionado ao lembrar que Renault e Ferrari fizeram uma das maiores disputas até hoje da Fórmula 1.
Jean Alesi também entrou no cockpit para reviver seus tempos de Fórmula 1. O francês de 59 anos acelerou a Ferrari que ele mesmo guiou na temporada de 1992.

Além deles, o fim de semana também foi de Jackie Ickx. O belga de 79 anos voltou a guiar a Ferrari 312B2, que ele venceu o Grande Prêmio da Alemanha de 1972.
Além carros de endurance, F2, F3 e protótipos, a edição 2024 do GP de France Historique reuniu carros emblemáticos que já passaram pela Fórmula 1, como uma Maserati e uma Ferrari dos anos 1950. Além destes, modelos que competiram na mais importante categoria do planeta nos anos 70 a 90, como Ligier, Brabham, McLaren, Tyrrell, Fittipaldi, Lotus, Hesketh, Penske e tantas outras.
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